Hey, faz tempo que não escrevo! Várias coisas acontecendo, muito trabalho e umas coisas aqui dentro sendo processada. As “mir coisa” de sempre. No geral, tá tudo muito bem, eu só não ando compartilhando tanto as coisas nas redes. Mas vamos lá que tem umas novidades:
ISSO VEIO DO RÁDIO
Nesta quarta, fui para a Biblioteca Pública de East Meadow participar de um programa de rádio chamado “It Came From The Radio”, apresentado pelo Mark Torres. É um programa com uns 20 anos de história, sobre cultura pop bem direcionado a quadrinhos, e eles sempre entrevistam pessoas ligadas a esse meio. Foi bem bacana, apesar de ter tido pouco público. Ainda assim me diverti falando um pouco sobre minha vivência nos EUA e meus projetos, com destaque pro Terapia.
A co-host, Jan Feldman (atriz, diretora e muitas outras coisas) publicou a entrevista no seu canal do Youtube! Dá pra assistir AQUI. A minha fala de fato começa no minuto 34. Antes disso, os apresentadores falam algumas notícias recentes do mundo nerd e eu faço alguns comentários.
Grande abraço para Mark, Jen, Kelley e Jeff, pelo convite e carinho!
CCXP 2024
Fui aprovado na seleção para o Artist’ Valley do meio evento de cultura pop da América Latina! Se tudo correr como planejado, estarei de volta ao Brasil em dezembro pra celebrar o quadrinho nacional.
Que saudade dos eventos e de todo mundo da nossa galera. Depois de ter perdido o FIQ desse ano, vai ser bom reconectar com tudo isso que me dá tanta energia e motivação. Vai ser, provavelmente, meu único evento no Brasil em 2024, então nos vemos lá!
FÉRIAS
Depois de um semestre longo e cansativo, eu e a Monica vamos tirar uma semana de férias! Precisamos aproveitar esse período entre semestres da Universidade, o verão e a energia que ainda temos, hehe.
Apesar de que eu ainda vou tentar trabalhar um pouco durante trechos da viagem (pra isso eu comprei um iPad, mas falo disso depois - tem MUITO a ser dito), vai ser bom sair da caverna e ver uns horizontes bem amplos e sentir o sol na cara.
Depois te mostro umas fotos, mas de qualquer forma, vai ter no Instagram.
(Estou BEM ressabiado com o Insta e todas as conversas e treta sobre IA. Talvez a gente precise conversar disso na próxima carta)
DA PRANCHETA - Entre a precisão do detalhe e a linha expressiva
RESIDIUUM - Tales of Coral
Como disse em outras cartas, sou o arte-finalista desse projetão de cyberpunk que tem lançamento programado pra CCXP! Aqui vai um quadro no processo exclusivo para você.
A HQ conta ainda com os talentos de Rapha Pinheiro, PR Soliver e CYBERTEIÚ. Logo teremos mais novidades!
Sketchbook #65
Esse saiu do caderno atual, um rabisco solto mas com uma energia que é difícil de reproduzir numa “versão oficial”.
Mesmo assim, eu fiz um desenho (no papel, de verdade, com tintas!) dessa ideia, e apesar de gostar muito dele, aquele “Tchan” do rascunho se perde em algum lugar do processo.
Venho pensando sobre testar umas coisas. Tentar rascunhar no lápis mas, em vez de fazer o segundo rascunho, aquele mais elaborado, também no lápis, fazer direto na tinta. Talvez assim aquela coisa de rascunho seja mais incorporada ao “desenho final”, eliminando a etapa de arte-final que fica toda planejada e certinha.
Como meu “emprego” atual é arte-finalizar uma HQ cujo desenho é super bem definido e cheio de detalhes, pode ser interessante balancear isso com desenhos mais soltos. Talvez aí eu encontre algo que venho procurando.
Desenhar Direto na Tinta - Conselho de amigo
Esse assunto me lembrou de uma conversa que tive com o Vitor Gorino (amigão querido, meu veterano da Unicamp, excelente artista e professor). Vendo meus desenhos em sketchbooks, lá na época da graduação ou do começo das aulas na Pandora, ele disse que eu deveria tentar desenhar mais direto na tinta, seja caneta, pena ou pincel.
Vez ou outra lembro desse conselho e sempre que desenho direto na tinta vejo que aquela energia de rascunho, a síntese, o gesto e, por que não, a simplicidade, estão lá. Claro, em detrimento dos detalhezinhos, da precisão e do controle de ter um rascunho a lápis bem lapidado.
Só que essa cara me agrada muito. A gente é “alfabetizado” no processo criativo de quadrinhos com a cadeia “roteiro-desenho-artefinal-corea-letras” e vê tantos exemplos de quadrinho mainstream sendo feito com precisão imensa… Eu entendo o valor, a necessidade e a lógica disso, mas quando você trabalha sozinho na arte, como eu fiz 95% da minha carreira, essas etapas se mesclam. Você sabe o que quer e como fazer.
Tem aquele “medo” de ir direto na tinta e estragar tudo. É um risco que se corre. A prática ajuda a deixar as coisas mais sob controle. Tem que fazer e fazer muito. Talvez essa seja o caminho, ou parte dele, que eu deva trilhar agora com meu trabalho autoral. Vamos ver.
Desenhar direto na tinta requer uma coragem pra aceitar os pequenos erros. Tem vezes que arrisco para deixar a mente livre e quebrar essa perfeição assombrosa que fica de pé sobre nossos ombros.