Hoje não tem capítulo de Diário da Ausência. Não é por falta de assunto, mas falta de material. Eu vinha escrevendo os capítulos enquanto trabalhava no livro, mas com a proximidade do envio pra gráfica e do evento (e as outras mir coisa), acabei não escrevendo mais. Tem algumas coisas pra te contar sobre Absence ainda, mas fica pra semana que vem.
Essa semana não só é de “ressaca pós-evento e lançamento”, mas também é Spring Break, aquela semana do saco-cheio na entrada da primavera. Teoricamente, a Monica está de folga, mas quem queremos enganar, a gente sempre tá trabalhando em alguma coisa, haha. Eu pelo menos trabalhei num monte de coisas essa semana. Tem projeto em andamento, projeto começando (em fase de criação) e projeto novo (em fase de, bom, projeto).
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O IC3 foi muito bacana! Um evento focado em quadrinhos independentes, que levou convidados relevantes da cena. Entre eles, Jim Rugg, que eu fui tietar porque já curto o trabalho desde, sei lá, 2008, quando devo ter entrado em contato com The Plain Janes, HQ que ele fez com Cecil Castellucci e que saiu pelo selo Mix da DC, e depois com Street Angel, feita com Brian Maruca, que pra mim é uma das melhores HQs de todos os tempos. Street Angel é centrada em Jessie Sanchez, uma menina órfã sem-teto que é uma mestra ninja, excelente lutadora e skatista, e temida por todos os malfeitores (e todos os benfeitores, também). Digo sem receio que se eu tivesse uma editora e cacife, já teria publicado isso no Brasil. É divertido demais!
Uma das edições encadernadas que saiu pela Image, mas o gibi começou independente.
Tietagem à parte, o evento foi bem legal. Em termos de vendas, acho que do ano passado foi melhor, mas também ano passado tinha bem menos artistas. A viagem se pagou (se considerar o que eu gastei comprando gibi lá, empatou). Muita gente levou quadrinho brasileiro pra casa, e o lançamento de Absence foi a coisa mais emblemática pra mim. Ah, não ganhei o concurso de HQ de 1 páginas, mas ter sido finalista é massa demais. Tiveram poucas mesas de debate, mas com temas muito relevantes. Não consegui ver nenhuma mas nós podemos assistir no canal do Youtube deles.
O evento contou com 175 artistas de tudo quanto é estilo, tema e formato. Tinha zine, gibi, minissérie, lombada quadrada, gibi embalado em sacode lixo, capa dura, com versão colorida e em PB pra colorir, gibi autoral, autopublicado e que saiu por editora, quadrinho de jovem, de velho, de estudante, de entusiasta… Teve gente que lembrou da gente. Pessoas que vieram na nossa mesa ano passado mostrando seus projetos e sonhos e que voltaram esse ano pra contar que estavam lá vendendo seu trabalho, fazendo parte do lado de cá das mesas. E claro, pessoas que repetiram aquele ciclo, olha meu portfolio, quero entrar nesse rolê, ano que vem espero ter minha mesa. E vão ter.
Autógrafo no primeiro Absence vendido!
Ano passado eu voltei da CCXP com a certeza de que o que a gente faz no Brasil com quadrinho independente é muito, mas muito foda. Nossa produção ganha fácil dos gringos, inclusive em termos gráficos. Mas cada vez que eu vou num evento que tem muitos autores independentes, eu fico maravilhado com a variedade, diversidade, força e empenho dessa galera. Aqui e aí. Como eu falo na minha palestra de Quadrinhos Brasileiros: “it’s never easy but we’re still making it”.
IC3 ano que vem? Poxa, claro. E se der tudo certo, con livro novo.
PS.: No dia seguinte, fomos visitar o centro de New Haven. Fomos ver a Galeria de Arte de Yale, que tem um acervo muito bom, com destaque pra um dos meus Van Goghs favoritos, aquele do botecão mal-iluminado. Fiquei emocionadinho de ver de perto.
A GENTE NUNCA PARA (Ainda bem)
Já tem mais eventos agendados:
14/4: BrookCon, Stony Brook
26 e 27/4 . Brooklyn Indie Comics Showcase, NY
3/5: Lançamento de Absence no Free Comic Book Day da loja Red Shirt Comics, Port Jefferson.
4/5: ArtCrawl em Farmingdale
116 e 17/8: Tropic Con, em Hauppauge
DA PRANCHETA:
Uma experiência que tenho feito ultimamente no sketchbook é pegar recortes de papeis com algum tipo de padronagem, de envelopes ou embalagens. É divertido. Geralmente, eu colo o papel aleatoriamente e depois que viu ver como me virar pra inserir aquilo num desenho. Fica com cara de desenho de moda, né? Aqui estão:
Bom, é isso! Nos falamos mais na próxima.
Para ler todas as edições anteriores:
ARQUIVO QUEBRA-CABEÇA