ARTE-FINAL: MATRÍCULAS ABERTAS!
Estou de volta às salas de aula! Bom, pelo menos digitalmente.
Fui professor na Pandora Escola de Arte por uns 16 anos. Desses, dois foram basicamente online por causa da pandemia. Quando a escola retomou as atividades presenciais perto do fim de 2021, eu decidi não voltar e, em fevereiro de 2022, saí da escola de vez. Foi uma jornada muito, muito importante pra mim e sou muito grato a tudo que vivi lá. Só era hora de seguir meu caminho. Tem um vídeo no meu canal sobre isso.
No que se seguiu, continuei dando mentorias online, que foram muito especiais, mas agora é hora de retomar a experiência de um curso propriamente dito. Fui convidado pelo Rapha Pinheiro para ser um dos professores da INKO, escola e estúdio onde vários dos meus amigos e colegas também lecionam e onde se formam vários artistas que já saem. dos cursos inseridos no mercado. Meu curso? ARTE-FINAL!
20 Aulas semanais de 1h30. Geralmente “teórica” e demonstrativa, com espaço para perguntas e avaliação dos trabalhos dos alunos. Tarefas semanais sempre que possível.
EMENTA DO CURSO:
O curso propõe desenvolver as habilidades técnicas, estéticas e teóricas do aluno acerca da etapa de arte-final, momento crucial na produção de quadrinhos e demais artes gráficas, onde o desenho a lápis é finalizado. Apresenta os conceitos necessários para que os alunos entendam como funciona a arte-final e possam desenvolver autonomia e identidade, seja para arte-finalizar os próprios desenhos ou os de outro artista. A abordagem é um misto de teoria, análise crítica, produção e experimentação.
O curso tem dois momentos. Os primeiros 12 encontros são mais expositivos, sempre com exercícios para reforçar o que foi conversado. Depois disso, começamos a produção do trabalho final onde cada encontro funciona como apresentação e crítica de uma etapa da produção. Nesse segundo momento, aplicamos os conceitos aprendidos na prática, fixando e explorando os limites do formato e do ritmo de trabalho dos alunos.
O projeto final tem dois momentos: o primeiro consiste em uma “jam” de arte-finalistas, onde cada aluno poderá finalizar um desenho de cada colega, possibilitando parcerias interessantes e diversas variantes da mesma arte. O segundo envolve a arte-final de uma página de quadrinhos completa ou de uma ilustração de página inteira.
Ao final do curso, o aluno terá vivenciado diferentes situações comuns ao arte-finalista, desenvolvido suas habilidades técnicas e motoras e, por fim, criado um pequeno portfolio inicial. Independentemente de estilos, cada aluno poderá lapidar seu senso estético assim como sua proficiência na execução da arte-final, visando a construção de estilo, vocabulário e recursos próprios.
Apesar de me considerar QUADRINISTA (o que significa que eu tenho conhecimento e experiência em TODAS AS ETAPAS da produção de uma HQ), meu foco maior sempre foi o DESENHO, e com isso, a ARTE-FINAL, pois sempre fiz a minha própria finalização (e é uma etapa que eu adoro fazer). Nos últimos anos, porém, tive muitas experiências sendo" “apenas” arte-finalista, em projetos como DUODEC, Noite de Spoiler, Residiuum e o Projeto INKS (que, acredite, eu ainda não posso divulgar abertamente). Essa jornada é muito interessante porque me coloca num papel muito mais colaborativo da produção de quadrinhos, uma parceria real com desenhistas e coloristas onde todo mundo colabora para a criação de algo possível somente através dessa integração de talentos.
Meu foco no curso de Arte-Final na INKO é potencializar as possibilidades técnicas, poéticas e narrativas dessa etapa da produção, seja feita em parcerias com outros artistas, seja feita sobre o próprio lápis. Independentemente da situação, subir o level da arte-final só vai trazer melhores resultados pro artista.
Aproveitando, dei indicações de livros muito bons para entender arte-final neste post da Inko, também. Esses livros foram usados como base pra montar o curso.
AS MATRÍCULAS ESTÃO ABERTAS e são apenas 15 vagas no meu curso. Para mais informações, acesse a página da INKO. Até dia 14 de junho com PREÇO PROMOCIONAL!!! Depois disso, as matrículas seguem com preços normais até 12 de julho. As aulas começam em 21 de julho e mal posso esperar!
PS.: Pra quem gosta de me ver desenhando, tem vários vídeos no meu canal onde faço e comento o processo da arte-final, tanto em desenhos meus quanto em desenhos de outros artistas!
FIM DE UMA ERA VAZIA
No tipo de arte que eu produzo, se uma página não está funcionando, joga fora e tenta de novo.
Essa semana fiz uma coisa que demorou até demais: excluí minha página do Facebook. Desde, eu acho, 2013, eu tinha uma fan page, em teoria um espaço dedicado à minha carreira artística e profissional, enquanto esse perfil seria o da "vida real".
O caso dessas páginas profissionais é que permitem investimento pra promoções, ou seja, pagar pra impulsionar posts. Foi útil só no começo, acho, pra aumentar alcance de Catarses e presença em eventos, mas eu diria que a coisa nunca “decolou”: fiquei nos arredores de 2 mil curtidas por anos e anos, com cada vez menos interações.
Acontece que, conforme o tempo passava e essa rede ia ficando cada vez menos interessante pra mim, a página Mario Cau acabou sendo só um veículo pra repostar os vídeos do canal do Youtube e posts do Instagram (quem ironicamente, acabaram se tornando mais sobre vida real do que só trabalho, e que só apareciam no meu perfil pessoal se eu repostasse). Eu sei que boa parte desse “insucesso” da página se deve ao quanto eu não trabalhei nela, assim como no Instagram. Nunca consegui ser por muito tempo um produtor de conteúdo desses moldes. Meus projetos levam muito tempo, nem sempre ou posso mostrar as coisas que estou fazendo, praticamente tudo é publicado impresso (Terapia foi minha única webcomic de verdade, e mesmo ela tem sua cota de questões - um dia eu conto mais). Eu esquecia de postar em todas as redes, e mesmo quando lembrava, o retorno era cada vez mais baixo e insatisfatório, o que tira a empolgação de continuar investindo tanta energia e tempo.
No final, foram anos sem usar aquilo "direito" e com pouca vontade de retomar um trabalho real nela. Pensei até em retrabalhar o perfil pessoal, fazer álbuns novos com conteúdos da minha carreira, meus livros, minhas artes, eventos, vídeos... Enfim, criar um "registro histórico" do que eu fiz nesses 20 anos de carreira, mas sinceramente, adianta? Acho que seria melhor fazer tudo isso no meu site, onde eu já tenho muita coisa e onde a coisa é minha e não de uma rede social onde tudo parece estar mas nada aparece.
O problema, ao meu ver, da rede social como ela é hoje é que tudo que você posta é só uma gotinha num oceano, que se perde eternamente. Ninguém está, de fato, prestando atenção: se um post seu não foi visto naquela janelinha de tempo, talvez nunca mais será visto. Também não é cronológico, não há construção de uma narrativa. Não é como um blog ou site, onde você poderia procurar nos arquivos, encontrar uma cronologia. Acredito que quase ninguém entra no perfil de outra pessoa (mesmo se for um artista) e vai olhando o feed do que aquela pessoa postou na ordem. Eu mesmo, quando quero ter uma ideia de quem é a pessoa, dou uma scrollada nos primeiros posts e é isso. Não leio bios inteiras, não passo por todos os álbuns, não leio informações de onde estudou, onde morou, que banda gosta.
É como se o Facebook fosse um shopping center colossal, lotado de gente falando e mostrando mil coisas em meio a propagandas e você vê muita coisa que não importa e pouca coisa relevante. Muita evidência é dada a polêmicas, pessoas interagem mais quando o assunto é treta. E, claro, estando dentro dela, você é só mais uma das pessoas mostrando suas coisas em meio ao caos. Pelo menos é como me sentia.
Em um site, ou blog, ou algo do tipo, toda a informação fica mais organizada. O site é minha casa. Eu organizo a arquitetura, a decoração, o conteúdo. Eu te recebo bem e te ofereço tudo que posso quando e se você me visitar. Eu sei que não dependo de uma big tech, cuja rede pode morrer ou mudar a cada segundo e eu teria que reaprender a usar todas as regras e lógicas dela pra continuar minimamente visível, e sinceramente, eu não tenho tempo nem saco pra isso. As redes sociais fazem você jogar o jogo delas por cada vez menos retorno. E ei, eu sei que muitos dos meus amigos e colegas artistas usam muito bem a rede e dependem dela, e admiro demais o empenho e desejo sucesso. Mas não rolou/rola pra mim, meio que o bonde passou e agora não adianta muito fazer do meu jeito.
Não sei nem quanto tempo eu duro no Facebook, afinal já praticamente não uso a rede e interajo pouco também. Inclusive, será um milagre se muitas pessoas lerem o post que fiz lá sobre o fim da fan page, porque meu alcance é super baixo, e assim o é porque eu praticamente não uso a rede. Aquele ciclo vicioso delicioso das redes sociais atuais. Um outro problema enorme do combo Face/Insta é que as pessoas basicamente não saem dessas redes pra ver qualquer coisa. Se postar um link externo, o post não vai pra frente. Se usar hashtag, se não usar, se usar errado, se usar de mais ou de menos, tudo pode ser um problema. Mas essencialmente, as redes são feitaspra você não sair delas. E tem tanta coisa boa fora delas!
Pra quem gosta do meu trabalho e quer acompanhar, de verdade, o que eu ando fazendo, recomendo assinar minha Newsletter (essa aqui, muito obrigado por ler!), meu canal no YT e meus perfis no Bluesky e Instagram, anda que eu poste pouco lá também. O Instagram, claro, vale lembrar, é da META e está interligado ao Facebook, também é uma rede onde estou “estagnado” em 7 mil e tantos seguidores há mais de 5 anos, onde parece que meu alcance é minúsculo, mas pelo menos é menos caótico que o Facebook. O Youtube cresce lentamente (estamos perto de 5 mil), mas tenho plena consciência de que pra crescer, teria que fazer o mesmo tipo de trabalho intenso, que não posso nem quero fazer agora. Porém, eu me sinto muito mais satisfeito criando coisas pra lá. Minha proposta é fazer como nos meus projetos de HQ: quando posso, levando meu tempo, com carinho e a melhor qualidade que posso entregar.
Eu continuo me recusando a jogar o jogo doido dos algoritmos e das redes, e por isso, nada chega muito longe. Porém, ando sempre ocupado, envolvido em muitas coisas interessantes e querendo muito compartilhar tudo isso com pessoas que têm interesse real no que faço. Agradeço, mais uma vez, por você ser uma delas. A Newsletter continua forte, meu site logo será remodelado com novidades, e sigo com mais coisas na prancheta/computador/cabeça/agenda do que gostaria, mas sempre foi assim e é parte de quem eu sou e do que eu faço. Nos vemos por aí!
NOVAS PÁGINAS PRA PREENCHER
Lembra que falei que estava ansioso pelos meus próximos sketchbooks? Pois eles chegaram! Feitos à mão pela minha amiga equatoriana Marta, cada caderno é único em seu design e padrões. Ela faz tudo sozinha, da escolha do papel à costura aos padrões abstratos de decoração. Assim que terminar a “Trilogia Moleskine”, vou mergulhar em um desses!
A Marta produz em pequena escola mas vende os cadernos só aqui por perto em Long Island, e por ser em dólar, acredito que dificultaria o acesso ao público brasileiro. Mas, caso você queira um, entre em contato comigo e eu faço a ponte e ainda levo pro Brasil (quando for praí, claro - ainda super incerto de quando seria…).
Foto com a Marta tirada pela Monica na nossa padoca favorita, a Euro Fresh Bakery. Ela fica em Farmingville, que tem uma comunidade portuguesa muito forte, e essa é a única padoca aqui por perto que realmente é uma padaria como nós conhecemos! Americano não sabe o que é bom.
DA PRANCHETA:
Falando em sketchbooks, aqui vai alguma coisa desenhada recentemente no caderno mais recente, mais um daqueles improvisos em cima de um retalho de papel estampado:
Para ler todas as edições anteriores:
ARQUIVO QUEBRA-CABEÇA